Ombro e Cotovelo

Caracteriza-se pela lesão dos tendões que estão na face interna (medial) do cotovelo. Neste caso são comprometidos os tendões dos músculos que fazem os movimentos de flexão dos punhos e dedos. Os sintomas são de dor localizada na face interna do cotovelo e que pioram com movimentos dos punhos e dedos, principalmente, quando o cliente necessita desempenhar maior força. A fisioterapia individualizada, associada a medicamentos específicos, permitem a melhora da dor e da recuperação funcional, sendo raramente indicado o tratamento cirúrgico.

Diversos tipos de fraturas podem acometer as regiões dos ombros e cotovelos. O tratamento pode ser tanto conservador quanto cirúrgico, dependendo do tipo de fratura. Independente do tratamento de escolha, o cliente necessita passar algum tempo em imobilização do segmento fraturado. Dessa forma, é normal apresentar redução da mobilidade e da força muscular. Por isso a fisioterapia no tratamento das fraturas é de grande importância para a recuperação da função correta da articulação acometida, permitindo o retorno as atividades habituais do cliente.

Para entender o mecanismo de dor provocado pela bursite, precisamos entender o que é a bursa. Existem centenas de bursas no corpo humano e sua função principal é reduzir o atrito entre diferentes estruturas anatômicas durante o movimento das articulações. No caso do ombro, existem diversas bursas que cumprem este papel, sendo que a bursa subacromial é aquela que pode inflamar e manifestar dor mais frequentemente. Na maioria dos casos os sintomas são originados em traumas ou após atividade física excessiva e frequentemente está acompanhada de tendinopatia (antigamente chamada de “tendinite”) de alguns tendões dos ombros. O tratamento é baseado em medicamentos para controle da dor e inflamação na fase aguda e a fisioterapia tem papel fundamental no tratamento para melhora da mobilidade indolor e da força muscular, de forma a não gerar novas lesões e proteger as bursas dos ombros. Apesar do tratamento ser baseado em exercícios terapêuticos, deve haver atenção pois exercícios feitos sem a correta orientação do fisioterapeuta especialista pode levar a sintomas ainda mais graves.

A síndrome do impacto do ombro ocorre quando existe o contato ou atrito entre os tendões do manguito rotador e uma estrutura óssea chamada de acrômio. Na maioria dos casos, este atrito acontece em movimentos realizados com o braço em elevação ou em atividades esportivas onde o ombro é manuseado acima da altura da cabeça, como em esportes de arremesso por exemplo. A dor é proveniente da lesão sobre os tendões do manguito rotador, sendo o tendão do músculo supra-espinhal o mais acometido. Nos casos onde não existem rupturas extensas dos tendões, o tratamento de fisioterapia promove excelentes resultados.

A nomenclatura atual mudou de tendinite para tendinopatias, visto que o segundo descreve de forma melhor o mecanismo de lesão ocorre. As tendinopatias dos ombros podem ser decorrentes da Síndrome do Impacto do Ombro (descrita acima) ou pode ter origem em atividades de maior exigência física dos ombros, como atividades no trabalho, exercícios físicos ou afazeres domésticos. Sabe-se atualmente que existe correlação entre as tendinopatias dos ombros e fatores metabólicos, como o diabetes e colesterol alto. Além disso, o sedentarismo e consequentemente a fraqueza dos músculos dos ombros também são fatores de risco para o surgimento da doença. Nos casos de tendinopatias sem rupturas extensas, o tratamento de fisioterapia especializada proporciona excelentes resultados.

Alguns clientes acabam evoluindo para rupturas dos tendões do manguito rotador, que pode ocorrer em traumas, quedas ou nos casos de tendinopatias que não foram bem tratadas. Nestes casos o tratamento cirúrgico pode ser uma opção. A cirurgia consiste no reparo da lesão feita pelo ortopedista especialista e a fisioterapia no pós-operatório é de extrema importância para a melhora da dor e da função do ombro, além de evitar novas rupturas futuras.

O ombro é a articulação de maior mobilidade do corpo e pode ser acometida pela instabilidade articular. Em alguns casos o ombro pode ocorrer a perda total da continuidade articular, ou seja, o ombro literalmente “sai do lugar”. Nestes casos existem dois tratamentos de escolha: o cirúrgico e o conservador. Alguns clientes podem sofrer um determinado tipo de lesão do lábio e da capsula articular conhecida como Lesão de Bankart e precisam ser tratadas de forma cirúrgica em clientes mais jovens e fisicamente ativos, para que sejam evitados novos episódios de luxação. Em outros casos o cliente pode relatar instabilidade no ombro mais sem ter ocorrido a luxação propriamente dita. Estes casos são chamados de micro-instabilidade e raramente a cirurgia é indicada. Mesmo nos casos cirúrgicos ou não, a fisioterapia especializada é de grande importância para a melhora da instabilidade, promovendo estabilidade articular durante os movimentos do dia a dia e nas atividades esportivas.

Quando o cliente é acometido por uma ruptura de tendões ao redor do ombro ou em casos de luxação, o tratamento cirúrgico pode ser necessário. Dessa forma, a fisioterapia no pós-operatório é importante para o alívio da dor e recuperação da função do cliente, permitindo seu retorno as suas atividades habituais, inclusive ao esporte. Casos como fraturas ao nível do ombro e cotovelo e que precisaram de tratamento cirúrgico se beneficiam da fisioterapia especializada, para a melhora da mobilidade, da força muscular e da função da articulação acometida.

Alguns clientes podem necessitar da cirurgia de prótese de ombro por diversos motivos. Nos casos de fratura do ombro onde não existe a possibilidade de reduzir e fixar os focos de fratura a prótese convencional pode ser utilizada. Em outros casos o cliente pode evoluir para uma artrose severa da articulação do ombro, relacionada a uma grande ruptura dos tendões do manguito rotador e que não foram tratadas corretamente no passado. Dessa forma, a escolha do cirurgião ortopedista pode ser a prótese reversa, pois esta não necessita da integridade dos tendões do manguito rotador. Em ambos os casos a fisioterapia pós-operatória é importante para que a mobilidade, a força muscular e a função articular sejam corretamente restabelecidas.