Reabilitação

Neurologia

Para entender a abordagem dessa área iniciamos com a ciência que estuda o desenvolvimento químico, estrutural, funcional e as doenças do sistema nervoso, designada a Neurociência.

Neurologia

Segundo Cajal (1890), cada neurônio (célula nervosa) é individual e distinta, mas alguns anos após Sherriongton estudando as reações involuntárias alvitrou que as células nervosas eram conectadas por sinapses (comunição entre células nervosas).

O avanço para investigação do sistema nervoso demorou a evoluir, sendo que por volta de 1950, com a criação do microscópio eletrônico, foi possível observar organelas celulares, que registrava atividade de uma célula. Ao decorrer dos anos, em 1970, evoluindo com a tomografia computadorizada e a ressonância magnética que são utilizadas até o momento, porém com avanços tecnológicos em relação às técnicas, e assim sucessivamente vem se renovando com outros métodos.

Etapas de análise

Sistema

Atua na investigação de grupos de neurônios que realizam uma função comum. Como exemplo, a propriocepção, que transmite informações de posições e movimento do sistema músculoesquelético para o sistema nervoso.

Celular

Processa as informações relacionadas à função e processo de cada célula nervosa, como ocorre à sinapse e também as funções das células não neurais no sistema nervoso.

Molecular

Investiga a parte química e física envolvidas na função do sistema nervoso, analisando por essa dimensão, a reprodução da fala, a compreensão, o planejamento, o relacionamento, a sensação e o movimento, que dependem de reações químicas e físicas para acontecer.

Comportamental

Atua na interação entre os sistemas que influenciam no comportamento. O controle postural, por exemplo, é relacionado com a investigação vestibular, proprioceptiva, de equilíbrio e visual.

Cognitiva

Está relacionada nos campos de aprendizado, memória e pensamentos. As diferentes memórias, o planejar e a linguagem são exemplos da análise cognitiva.

Decorrente das diferentes áreas de análise da neurociência, podemos entender e responder questões relacionadas a cada alteração adquirida na população e saber traçar um tratamento com melhor precisão, com objetivo de recuperar o máximo de independência após uma lesão neurológica. 

Os procedimentos fisioterapêuticos neurológicos são baseados no conhecimento do sistema nervoso central e periférico, sendo assim, citamos o que é cada um deles. Alterações dos nervos periféricos resultam em modificações significativas no corpo. O comprometimento de terminações sensitivas pode acarretar hipoestesia, parestesia e hiperalgia, já os comprometimentos de terminações motoras podem levar a paresia, paralisia e atrofia muscular, o comprometimento no sistema autônomo irá afetar a pressão arterial, frequência cardíaca, ausência de sudorese, dificuldade de regulação vesical e intestinal e perda do controle simpático.

Doenças

Esclerose múltipla

Doença autoimune neurológica crônica e progressiva. Há um comprometimento dos axônios dos neurônios do sistema nervoso central. Devido à perda de impulsos nervosos pela destruição da bainha de mielina, ocasiona sintomas incapacitantes relacionados às atividades de vida diária.

Etiologia não definida acredita-se em uma relação vascular, permitindo maior concentração de citocinase nas regiões afetadas. Maior acometimento em adultos jovens e de meia idade, mais comum em raça branca e predomínio no sexo feminino.

São divididas em três tipos:

  • Surto-remissão: Surtos de remissão completa ou incompleta, mantendo período sem progressão entre os surtos.
  • Surto-remissiva: Episódios de surtos agudos de comprometimento neurológico, com duração de 24 horas e intervalos de 30 dias entre os surtos.
  • Progressiva primária: Progressão da doença desde o início, com discretos momentos de equilíbrio frente à progressão.

Os sintomas iniciais piramidais dados pela fraqueza muscular, espasticidade, hiperreflexia, clônus, sinal de babinski; cerebelares, equilíbrio, coordenação, parestesia, distúrbios visuais, comprometimento esfincteriano, disfunção sexual. Os sintomas paroxísticos apresentam em menor quantidade, sendo eles, distonia, disartria, ataxia.

A fadiga é o sintoma mais frequente com 87% dos casos, apresentando piora simultânea, seguido de 50,3% taxa de depressão que é acompanhada pela alteração do sono.

Esclerose lateral amiotrófica (ELA)

Acomete neurônio motor, com degeneração progressiva dos neurônios motores superiores do córtex cerebral, dos inferiores do tronco encefálico e da medula espinhal.

Etiologia desconhecida tem como principal teoria multifatorial, tais como, infecções virais e reações inflamatórias ocasionadas por prática de atividades de elevado empenho.

O comprometimento dos neurônios superiores ocorre pela comunicação entre córtex motor primário à medula espinhal, causando deficiência muscular, aumento dos reflexos tendinosos, espasticidade e sinal de babisnki. Os neurônios inferiores estão no comprometimento das sinapses entre medula espinhal à placa motora, ocasionando arreflexia, atrofia muscular, atonia e fasciculações. Quando o comprometimento é dos neurônios do tronco encefálico, apresentam quadro de disfagia, disartria e distonia.

Esclerose lateral amiotrófica não apresenta sinais de lesões de neurônios sensitivos.

Distrofia muscular progressiva

Doença de caráter hereditário que compromete musculatura estriada.  Existem diferentes formas de apresentação dessa deonça:

Duchene, caráter recessivo, tem manifestação precoce, geralmente nos três primeiros anos de vida, de rápida evolução, predominante sexo masculino, apresentam creatinofosfoquinase (CPK) elevada desde o inicio. Por volta de 10 anos se limitam a deambulação e aos 20 anos chegam a óbito por alteração cardíaca ou broncopneumonia por deficiência da ação do diafragma, musculatura responsável pela respiração.

Becker inicia geralmente entre um a 20 anos de idade, evolução lenta e variada, creatinofosfoquinase elevado, principalmente, nas fases iniciais.

Cinturas, caráter autossômico recessivo, inicia entre os 20 a 30 anos de idade, semelhante ao quadro das outras distrofias, deficiência motora, amiotrofias de predomínio proximal, cintura pélvica, escapular e tronco.

Facioescápulo-humeral caráter genético dominante, evolução lenta, atinge inicialmente a fase, posteriormente cintura escapular, tronco e cintura pélvica.

Oculofaríngea atinge inicialmente musculatura extrínseca ocular e faringe, posteriormente, poderá afetar musculatura proximal do corpo, evolução lenta, em alguns casos considerada estacionária, inicio tardio, por volta de 40 anos de idade e creatinofosfoquinase apresenta normal.

Paralisia cerebral

Trata-se de grupos de afecções do sistema nervoso central da infância, de caráter não progressivo, causado por múltiplos fatores pré, peri e pós gestacional.

Apresentam paresia (disfunção dos movimentos) e da força muscular, as disfunções frequentes encontradas são hemiplegia, diplegia, discenesia, atáxia e também podem ser encontrados distúrbios acessórios, como deficiência mental, epilepsia, alterações ortopédicas, alterações de comportamento, da linguagem e visuais.

A intervenção é necessária ser multidisciplinar, com neuropediatra, oftalmologista, fonoaudiólogo, psicólogo, psicoterapeuta e fisioterapeutas.

Parkinson

Doença neurológica progressiva que ocorre pela degeneração dos neurônios localizado na substância negra do mesencéfalo, resultando na diminuição da produção de dopamina. Acomete a faixa etária entre 50 a 70 anos de idade.

A doença apresenta uma imensidão de alterações, tais como, tremor de repouso, rigidez, instabilidade postural, distúrbio da marcha, disartria, disfunção sexual, algias, incontinência urinária, distúrbio do sono, depressão e demência. Quando os indivíduos começam a apresentar esses sintomas a uma estimativa de 80% de perdas dos neurônios da substância negra.

O diagnóstico fisioterapêutico é feito pela história clínica e exame físico, atualmente é aplicado questionários específicos para a doença de Parkinson, avaliando as incapacidades, qualidade de vida, função motora e mental.

A fisioterapia mostra-se como uma grande aliada, realizando intervenções capazes de melhorar as ações executadas diariamente nesses indivíduos.

Síndrome Guillain Barré

Doença de caráter autoimune, denominada polineuropatia inflamatória aguda desmielizante, ou seja, acomete a bainha de mielina da porção proximal dos nervos, levando a fraqueza motora e alterações sensoriais. Inicialmente apresenta com parestesia de membros inferiores, seguindo com os membros superiores, tronco, cabeça e pescoço. Também são encontradas reações autonómicas, como taquicardia, retenção urinária, que tendem a desaparecer em duas ou quatro semanas.

Etiologia não definida, acometimento maior na faixa etária de 20 a 40 anos, baseada em teorias associadas a doenças agudas causadas por vírus e bactérias, sendo Campylabacter Jejuni a mais frequente, associada a 32% dos casos, seguindo cito mega vírus 13%, epsteinban 10% e também outras como influenza, hepatites por vírus A, B e C.

Após a fase de progressão, a doença entra na fase estacionária por dias ou semanas, e termina com a recuperação gradual da função motora.

A fisioterapia mostra-se como uma grande aliada, realizando intervenções capaz de melhorar as ações executadas diariamente nesses indivíduos.

Acidente vascular cerebral (AVC)

Caracterizada por ser uma doença crônica não transmissível, é a segunda causa de morde no mundo, predominante no sexo masculino e raça negra. Existem dois tipos de AVC, isquêmico e hemorrágico.

Isquêmico, ocorre quando há uma obstrução de uma artéria, impedindo o fluxo de oxigênio celular, essa obstrução é decorrente de um trombo ou um êmbolo, é o tipo mais comum de AVC, representando 85% dos casos.

Hemorrágico é ocasionado por rompimento de um vaso cerebral, acarretando hemorragia nos tecidos cerebrais acometidos.

Os principais fatores de risco para o desenvolvimento do AVC estão em clientes com histórico de obesidade, diabetes, hipertensão, sedentarismo, tabagismo, uso de drogas ilícitas, idade avançada e com cardiopatias (por exemplo: doenças das valvas, infarto agudo do miocárdio e arritmias).

As complicações dependerão da extensão, da área acometida e da intervenção precoce.

Alterações comportamentais, déficit de memória, visual, sensitivo, motor, depressão, afasia, apraxia, são as alterações mais comuns apresentadas no quadro de AVC e quando a localização ocorrer no tronco encefálico pode levar à morte.

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