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Intervenções não farmacológicas na lombalgia crônica

Intervenções não farmacológicas na lombalgia crônica: o que realmente importa para o paciente?

Colaboração: Diego Matos e André Giroto.

A dor lombar crônica é uma das condições de saúde mais comuns no mundo. Quem convive com ela sabe que não existe solução mágica — e os profissionais da saúde também enfrentam o desafio de buscar alternativas que realmente façam diferença no dia a dia do paciente.

Um estudo publicado no Pain Medicine analisou três caminhos distintos: yoga, fisioterapia e educação em dor. Os participantes foram acompanhados por 12 semanas, com nova avaliação após um ano. Os resultados mostram algo importante: cada abordagem tem suas particularidades, mas o que mais pesa pode não ser a técnica escolhida — e sim o engajamento do paciente em se manter ativo e comprometido com a prática.

Clique aqui para acessar o artigo completo no PubMed.


O que o estudo mostrou?

  • Autoeficácia: a confiança do paciente em lidar com sua dor aumentou nos três grupos. Esse foi um dos achados mais importantes, já que mais autoeficácia se associou a maiores reduções de dor e incapacidade.
  • Catastrofização: tanto o yoga quanto a fisioterapia reduziram pensamentos de catástrofe já nas primeiras 12 semanas, efeito que se manteve depois de um ano.
  • Medo de movimento (fear-avoidance): mostrou pouca mudança significativa. Isso sugere que superar o receio de se movimentar ainda é um ponto que exige estratégias específicas.
  • Comparação entre técnicas: não houve diferença estatisticamente relevante entre os grupos. Isso reforça que diferentes caminhos podem levar a resultados semelhantes quando o paciente se envolve ativamente.

 

As vantagens de cada abordagem

Yoga

  • Integra corpo e mente, com respiração, atenção plena e consciência corporal.
  • Pode ser praticado em grupo, reduzindo custos e criando senso de comunidade.
  • Atua fortemente em aspectos psicossociais, como estresse e ansiedade.

 

Fisioterapia

  • Personaliza o tratamento de acordo com necessidades específicas.
  • Oferece progressão controlada com exercícios graduados.
  • O contato próximo com o fisioterapeuta aumenta a confiança e a adesão.

 

Educação em dor

  • Empodera o paciente, trazendo conhecimento e estratégias de autocuidado.
  • Reforça a importância de se manter ativo.
  • É acessível e de baixo custo, aplicável em diferentes contextos.

 

Conclusão

O estudo reforça que, quando falamos de dor lombar crônica, não existe uma “técnica vencedora”. Yoga, fisioterapia e educação em dor são caminhos válidos, cada um com suas forças. O ponto central é que o engajamento do paciente faz toda a diferença.

Mais do que escolher apenas uma abordagem, integrar práticas pode ampliar as possibilidades de reabilitação e fortalecer o paciente como um todo.

Para quem quiser se aprofundar, vale conferir o artigo original: Marshall A, Joyce CT, Tseng B, Gerlovin H, Yeh GY, Sherman KJ, et al. Changes in pain self-efficacy, coping skills, and fear-avoidance beliefs in a randomized controlled trial of yoga, physical therapy, and education for chronic low back pain. Pain Med. 2022;23(4):834-43. doi:10.1093/pm/pnab318.

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